Locomoção em meio terrestre: reptação

Como se deslocam os animais que vivem em meio terrestre e não têm patas, asas ou outro tipo de membros diferenciados?

A resposta é simples: não têm outro remédio senão rastejar.

Minhocas, lesmas e caracóis movem-se por meio de contrações musculares que percorrem o corpo de ponta a ponta. Observa com atenção as ondas de contração musculares do caracol quando se desloca num vidro (é muito giro, parecem escadas rolantes!).


Também as cobras rastejam ondulando o seu corpo através de uma sucessão de contrações musculares. Elas aproveitam obstáculos, como pequenas saliências no terreno, pedras ou troncos para firmarem o seu corpo e poderem avançar:
Não fiques, no entanto, com a ideia de que só os animais que não têm membros é que rastejam. Há outros, como o lagarto ou o crocodilo, que também se deslocam desta forma.Os membros, pelo facto de serem curtos e estarem dispostos lateralmente no corpo, apenas ajudam no movimento mas não suportam o peso do animal. Repara no exemplo que se segue:
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Para concluirmos esta lição resta dizer-te que a este modo de locomoção também se chama de reptação.

Locomoção na água

Já tentaste correr dentro de água?

Não é fácil! Parece que a água te prende as pernas. Na realidade a água oferece uma grande resistência ao movimento. No entanto os animais aquáticos estão bem preparados para enfrentar este desafio:


a) Os peixes, assim como os mamíferos aquáticos (golfinho, baleia, etc.), têm o corpo aguçado (forma hidrodinâmica) que lhes permite "furar" mais facilmente a água;

b) As escamas dos peixes, dispostas da frente para trás como as telhas de um telhado, facilitam a penetração na água;

c) As barbatanas funcionam como remos que permitem simultaneamente impulsionar o corpo em frente, escolher a direção e equilibrar o corpo numa posição estável.



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Tipos de barbatanas de um peixe:


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As patas de certos animais, como o pato, a gaivota ou a rã, possuem uma membrana que une os dedos - membrana interdigital . Desta forma ficam com uma maior superfície e funcionam como remos, permitindo-lhes uma fácil deslocação na água.



Toma nota: se quiseres ver a apresentação em ecrã inteiro clica no menú e escolhe a opção View fullscreen.
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Bem, depois desta lição mereces ver um vídeo espectacular: um cardume de sardinhas a ser atacado por atuns e depois por uma enorme baleia. Aproveita para ver como nadam.

Locomoção dos animais


- Locomoção dos animais! Mas afinal que quer isto dizer? - deves ter perguntado tu para os teus botões quando ouviste falar disto pela primeira vez...
Então toma nota: locomoção dos animais é a capacidade que eles têm de se deslocarem por si próprios (de se movimentarem de um lado para o outro).

Há muitas formas diferentes de locomoção e estas, tal como vimos nas aulas, estão dependentes da forma do corpo dos animais e do meio em que vivem [no fundo do tipo de adaptação ao seu habitat].

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Os animais deslocam-se. E daí, qual é a vantagem? Será que é para irem comprar o jornal? Ou para irem jogar futebol? Não, não parece que seja por essas razões...
Pelo facto de se deslocarem os animais podem procurar o seu alimento, fugir dos seus inimigos, encontrar um abrigo contra o frio, a chuva ou o calor e, é claro, tentar encontrar um(a) parceiro(a) para acasalar!

Como vês, a locomoção é muito importante para os animais. Nas próximas lições vais estudar algumas das formas mais comuns como o voo, a natação, o salto, a corrida e outras.

E para terminar, um vídeo e uma questão. O vídeo mostra o ser mais rápido do planeta, o falcão-peregrino (sabias que esta espécie, embora ameaçada de extinção, existe ainda em Portugal?).

Para visualizares o vídeo clica AQUI.


A questão é a seguinte: será que todos os animais têm capacidade de locomoção? Pensa no assunto (e até podes fazer uma pesquisa....).

Pele com pelos

Pelos curtos ou compridos, macios ou ásperos, lisos ou encaracolados, brancos, castanhos, cinzentos, pretos... estou a falar-te do revestimento dos mamíferos e esta enorme variedade de tamanhos e cores está relacionada com a adaptação a diferentes tipos de habitats.

Verifica as diferenças existentes entre a pelagem destas duas raposas:


Raposa-do-ártico



Raposa-vermelha (adaptada a climas temperados)


Ela varia não só na cor, como no tamanho (mais comprida e densa no caso da raposa-do-ártico). Num e noutro caso a pelagem está perfeitamente adaptada ao habitat destes animais.

A partir destes exemplos podes concluir que os pêlos...

a) Ajudam a manter a temperatura do corpo constante;

b) Permitem que o animal se mantenha camuflado (escondido) no seu meio natural.

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Volta a observar as fotografias das raposas. Não as achas lindíssimas ? Infelizmente a sua beleza é muita vezes a causa da sua morte. Todos os anos são mortos muitos milhares de animais, de variadas espécies, para o fabrico de casacos de peles. Achas justo? Será que a vaidade de certas pessoas justifica este sacrifício?



Para se fabricar um casaco de pele como este é necessário matar 40 focas bebés!

Pele com penas

Qual será a importância das penas para as aves?
[Pensa lá um bocado...]
... deixa-me adivinhar o que vai na tua cabeça: - Ajudam as aves a voar! - enganei-me?

Se foi nisso que pensaste tens toda a razão, sem penas as aves não voam. Mas, será que elas são importantes apenas por esta razão? Claro que não. Ora vê:

Funções das penas:
a) Ajudam a manter o corpo das aves seco e quente;
b) Facilitam o voo;
c) Ajudam a camuflar (esconder) as aves no meio natural;
d) As penas coloridas de certas espécies, sobretudo dos machos, têm um importante papel na atração sexual (na conquista das namoradas!..).


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As penas são extremamente leves mas, ao contrário do que possas pensar, bastante resistentes. Vê aqui a sua constituição:


Elas variam conforme as regiões do corpo. As penas maiores encontram-se nas asas, as rémiges, e na cauda, as retrizes. No resto do corpo existem penas mais pequenas, elas são muito abundantes e chamam-se tetrizes. Por baixo, junto da pele, existem ainda as plúmulas que são pequeninas e macias e são usadas para forrar almofadas, edredões e blusões os quais são muito confortáveis por serem leves e muito quentinhos!


Falcão-peregrino
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Para terminar, como sempre, os vídeos. Desta vez são dois. São falados em português do Brasil, por isso vais poder entendê-los perfeitamente. Toma, contudo, atenção ao seguinte: no segundo vídeo aparece o termo raque quando se fala da constituição da pena. Em Portugal diz-se de outra maneira: ráquis (tal como aparece na fotografia em cima).

Pele com escamas

Quais são os grupos de animais vertebrados que têm o corpo revestido por pele com escamas? É claro que a resposta é simples: os peixes e os répteis!

No entanto há diferenças nas suas escamas. Ora vejamos:

a) Nos peixes, as escamas têm origem na derme, ou seja, na camada profunda da pele e são formadas por tecido ósseo. Estas escamas crescem e vão formando anéis de crescimento que permitem avaliar a idade do peixe. Elas constituem uma proteção a mais para os peixes e melhoram a hidrodinâmica, permitindo que o peixe "deslize" melhor pela água.



Escamas dérmicas de um peixe

b) Ao contrário dos peixes, as escamas da maior parte dos répteis formam-se na epiderme e por isso são chamadas epidérmicas ou superficiais. São formadas por queratina (substância dura que forma também as nossas unhas). A pele seca, coberta de escamas superficiais, constitui uma excelente proteção contra a perda de humidade do corpo (daí haver muitas espécies resistem a habitats muito secos e quentes como o deserto ) e facilita a vida em superfícies ásperas.

Cobra-de-água-de-colar (são visíveis as suas escamas epidérmicas)

Nota: As tartarugas apresentam escamas na cabeça, pescoço, membros e cauda, e sobre a carapaça óssea que cobre grande parte do seu corpo.


As escamas epidérmicas dos répteis estão ligadas umas às outras e não crescem. Por este motivo, os répteis trocam regularmente a sua pele - mudas. Queres ver como é? Observa o vídeo...

Pele nua

E pronto, chegamos ao revestimento dos animais vertebrados que, como te deves recordar, têm pele (ao contrário dos invertebrados que só têm epiderme).


Pele (epiderme + derme)



Ora, do conjunto de todos os vertebrados, os anfíbios (rã, sapo, salamandra, tritão, etc.) possuem apenas pele nua (não te preocupes que eles não têm vergonha!...).



Rela-comum


Características da pele nua e húmida dos anfíbios:

a) Facilita as trocas gasosas com o meio (hematose cutânea);

b) Protege contra os predadores (o líquido que a recobre é escorregadio e por vezes contém substâncias tóxicas e com sabor desagradável para os predadores);

c) Não é isoladora térmica (não protege os animais da temperatura exterior);

d) Não impede a perda excessiva de água, daí não haver anfíbios em habitats muito secos;


Sabias que várias espécies de anfíbios estão ameaçadas no nosso país? Este vídeo vai explicar porquê:




Para conheceres a totalidade das espécies de anfíbios que existem no nosso país clica aqui

Epiderme com carapaça de quitina

Parecem guerreiros antigos protegidos por armaduras que lhes cobrem todo o corpo e têm articulações nas patas. Estou a falar-te dos artrópodes, animais invertebrados cujo corpo é integralmente revestido por epiderme com carapaça de quitina. Dentro deste grupo incluem-se os insetos, as aranhas e as centopeias, entre outros. Existem mesmo alguns, como o caranguejo ou a lagosta, em que a carapaça de quitina está reforçada por cálcio tornando-se assim ainda mais dura e resistente.


Louva-a-deus (tem, como todos os insetos, o corpo revestido por epiderme com carapaça de quitina)

Pensa agora no seguinte: o que aconteceria se um rapaz ou uma rapariga da tua idade vestisse uma armadura à medida do seu corpo e não a tirasse mais? É claro que iria ter muitos problemas...
Um deles seria sem dúvida o facto de começar a não caber lá dentro à medida que fosse crescendo. Esta situação acontece realmente com os artrópodes. É por isso que de vez em quando têm que mudar a sua carapaça. A nova mantém-se flexível (elástica) durante algum tempo e permite que o corpo cresça.
É precisamente uma muda de carapaça que tenho para te mostrar neste vídeo:


Epiderme com concha

Certos invertebrados apresentam, para além da epiderme, uma concha que protege a totalidade ou pelo menos parte do seu corpo. Um dos mais conhecidos é o simpático caracol que passeia calmamente por tudo quanto é jardim.


Caracol-comum

Já sabias isto? Não me parece... pois então não te esqueças e não voltes a insultar o caracol dizendo que tem uma casca!

- Casca têm os ovos - diria o caracol todo zangado se pudesse falar. - Eu tenho epiderme com uma bela concha!



As conchas podem ser formadas por uma só peça (valva) ou por duas peças separadas. Assim temos:

a) Conchas univalves - uma única peça;

b) Conchas bivalves - duas peças separadas.


Eis dois exemplos ilustrativos:

Concha univalve:


Búzio


Concha bivalve:


Mexilhão



Para terminar esta lição deixo-te um curioso vídeo de uma vieira (animal com concha bivalve) a nadar por se sentir incomodada com a presença de uma estrela-do-mar. Ora vê:


Epiderme com cutícula

Se bem te recordas, foi dito que os invertebrados têm o seu corpo revestido por epiderme. Acontece que em certos animais, como a minhoca, a sanguessuga ou a nereis, a epiderme está coberta por uma camada fina, resistente e flexível chamada cutícula que evita a perda excessiva de água.



Minhoca


Nereis (animal de hábitos marinhos que é utilizado pelos pescadores como isco)



Não te esqueças: a minhoca não tem pele, tem.... EPIDERME COM CUTÍCULA!



Para terminar deixo-te um vídeo de uma sanguessuga, um dos tais animais que têm o corpo revestido por epiderme com cutícula. Sim, é verdade que este animal se alimenta de sangue de alguns animais vertebrados. É um parasita.

Tipos de revestimento

O corpo dos animais evoluiu, ao longo de milhões de anos, permitindo que cada espécie se adaptasse a viver no seu habitat. É por essa razão que existe uma diversidade tão grande de espécies com revestimentos variados.

Apesar de tão variados, os revestimentos podem dividir-se essencialmente em dois grandes grupos: o dos animais invertebrados (sem coluna vertebral nem esqueleto interno) e o dos vertebrados (com coluna vertebral e esqueleto interno). Então é assim:

a) Os animais invertebrados possuem apenas uma fina camada, a epiderme, que separa o seu corpo do meio exterior. Esta camada pode estar protegida por uma cutícula, uma concha, uma carapaça... bom, mas isso irás aprender nas próximas aulas!

b) Os animais vertebrados têm pele. A pele é formada por duas camadas: a epiderme, exterior, e a derme que fica por baixo. A pele dos vertebrados pode ter pelos, penas, escamas ou pode até ser nua, dependendo das espécies.


Para terminar, deixo-te aqui este esquema que resume o que de mais importante foi dito nesta lição:



Nota: Clica em cima do esquema para o veres maior!

Revestimentos: excelentes proteções!

Como podes imaginar, os animais não vestem camisolas nem usam guarda-chuvas. Pois é, eles protegem-se dos agentes do clima - o frio, o calor, a chuva ou a secura -, graças ao seu revestimento. Eis dois exemplos:


Leopardo-das-neves



Abelharucos


Outra importante função do revestimento é proteger os animais de choques e pancadas que facilmente poderiam acontecer em plena natureza selvagem. Já imaginaste o que te aconteceria se tivesses que rastejar, todo nu, por entre rochas e espinhos? Ui! Ias de certeza ficar todo arranhado! Mas olha que esta cobra-rateira não se queixa...


Cobra-rateira

Uma boa proteção contra os predadores...

Para além da cor, que muitas vezes disfarça a presença dos animais no seu meio, o revestimento pode defendê-los dos seus predadores de outras formas. A rã, por exemplo, tem um revestimento escorregadio que torna difícil a sua captura. Por outro lado, as tartarugas estão bem protegidas pela sua dura carapaça. Há ainda outros animais, como o ouriço-cacheiro ou o porco-espinho, que se defendem eficazmente graças aos espinhos que cobrem os seus corpos. No vídeo que te proponho a seguir poderás ver um porco-espinho a ser atacado por leões. Ao contrário do que possas pensar, apesar da força e do tamanho dos leões, o porco-espinho consegue sair inteiro deste encontro desagradável! Ora vê:

Mimetismo

Podemos encontrar na Natureza muito tipos diferentes de revestimento do corpo dos animais. Tiveste, na última aula, oportunidade de dares a tua opinião acerca de alguns e de explicares se achas ou não que estes são importantes para a sobrevivência dos próprios animais. Pois bem, chegou a altura de começares a verificar se os teus palpites estavam ou não corretos...

Já imaginaste o que aconteceria se uma raposa-do-ártico, branca como a neve, fosse antes vermelha? Coitada! No meio do gelo e da neve iria com certeza passar muita fome, pois as suas presas conseguiriam detetar a sua presença à distância e fugiriam imediatamente. E, pelo contrário, se os ratitos do campo fossem cor-de-rosa? Como se poderiam esconder eles dos seus predadores? Pois é, o revestimento é fundamental para que muitas das espécies passem despercebidas no meio em que vivem e assim consigam caçar as suas presas ou escapar dos seus inimigos.

Há mesmo algumas espécies que são verdadeiras especialistas na arte do disfarce. Vê, em seguida, alguns bons exemplos:






Muitos outros exemplos poderiam ser dados. Não posso, contudo, de te deixar aqui este pequeno vídeo sobre um animal espantoso: o dragão-marinho, uma espécie de cavalo-marinho que, para além da sua beleza, consegue confundir-se de uma forma admirável com as algas que fazem parte do seu habitat.
Nota: o vídeo é falado em Inglês. É uma pena! Mas, ainda assim, o mais importante são as imagens.

Habitat

O habitat de uma espécie é o local onde ela vive e ao qual está bem adaptada. No nosso planeta há uma quantidade enorme de diferentes habitats (alguns dos quais estão infelizmente ameaçados pelas atividades humanas). Nos vídeos que te proponho vais poder observar os habitats de alguns animais:

Notas: a) Estes vídeos são falados em inglês mas não importa, basta observares as imagens.
b) Para retirares o retângulo que surge com publicidade basta clicares na cruz que aparece no canto superior direito.


- Habitat do Urso Polar: vastas regiões geladas próximas do Círculo Polar Ártico (no Canadá, Gronelândia, Rússia e no arquipélago norueguês de Svalbard).





- Habitat do Orangotango: Florestas Montanhosas da Malásia e da Indonésia.




Habitat da sapateira (nome vulgar de uma espécie de caranguejo): Fundos marinhos rochosos e arenosos não muito profundos.

Diversidade de ambientes

As belas imagens que estás a observar representam diferentes tipos de ambientes de vários pontos do nosso planeta (como é bonito!). Facilmente poderás imaginar seres vivos que por lá habitam. Pensa em alguns deles e aponta-os numa folha de papel. Faz este exercício considerando separadamente cada uma das imagens.





Já acabaste? Experimenta agora trocares os seres vivos que indicaste de uns ambientes para os outros...

Mas que grande confusão! Achas que isso é possível na Natureza? Justifica o teu raciocínio. Durante as aulas vamos discutir este assunto. Isso é que vai ser animação!

Terra: Planeta de vida

A Terra é o único ponto conhecido do universo onde existe vida. Observa, no vídeo que te proponho, belas imagens filmadas em diversos locais do planeta e que representam diferentes tipos de ambientes naturais onde podemos encontrar uma infinidade de espécies de seres vivos.

Aprende e diverte-te!


Planet of Life

Criação do blogue


A partir desta data tens uma nova ferramenta nas tuas mãos: o ESPAÇO CIÊNCIAS 5ºANO. Espero que gostes e que faças bom uso dela!