Influência dos fatores abióticos nos animais: a luz

A luz influencia a vida dos animais de várias formas. Existem animais com hábitos noturnos, como o mocho ou o morcego, e outros com hábitos diurnos, como o esquilo-vermelho ou o papagaio-cinzento. Alguns animais vivem na completa escuridão, em grutas ou nas grandes profundidades dos oceanos.












A coruja-das-torres é uma ave de hábitos noturnos comum em Portugal.













Saca-rabos. Mamífero de hábitos diurnos que habita as regiões sul do nosso país.















Peixe-ogre. Vive entre 500 e 5 mil metros de profundidade em regiões onde é total a ausência de luz solar.










Como deves saber a duração dos dias e das noites vai variando ao longo do ano. Ao número total de horas diárias em que há luz solar chamamos FOTOPERÍODO.
Em Portugal, o fotoperíodo é máximo no início do verão, quando as noites são curtas, e mínimo no início do inverno, altura em que o Pôr-do-Sol ocorre por volta das 5 horas da tarde. Esta variação pode influenciar os animais ao nível, por exemplo, da ...



a) Época da reprodução - ela ocorre em muitas espécies na Primavera quando os dias começam a ficar maiores;







A época da reprodução das cegonhas ocorre durante a primavera.








b) Mudança de pelagem e plumagem de muitos mamíferos e aves - a qual ocorre na primavera e no outono.










Nos lobos, a pelagem de inverno é mais clara e mais densa.





c) A duração do fotoperíodo, assim como o abaixamento da temperatura, podem ainda desencadear outros comportamentos como migração ou hibernação de que falaremos mais adiante.

Influência dos fatores abióticos nos animais: a água

A água é um elemento fundamental à vida, todos os animais precisam dela para sobreviver. Há, no entanto, espécies que estão mais dependentes do que outras. Deste modo, podemos dividi-los em quatro grupos principais:


a) Animais totalmente dependentes da água - todos aqueles que vivem nos ambientes aquáticos, não sobrevivendo fora de água (peixes, polvos,...);









O polvo é um animal totalmente dependente da água. Ele não sobrevive muito tempo fora dela porque não consegue respirar.






b) Animais muito dependentes da água - todos os que vivem dentro e fora de água (rã, foca, lontra,...);










A rã, assim como os restantes anfíbios, são animais muito dependentes da água, a pele nua tem que se manter sempre húmida.








c) Animais moderadamente dependentes da água - todos aqueles, como grande parte das aves e dos mamíferos, que necessitam de beber água regularmente mas que vivem em ambientes terrestres;









O pardal é uma ave moderadamente dependente da água, necessita de bebê-la regularmente.




d) Animais pouco dependentes da água - aqueles que, como o camelo, alguns répteis ou os escorpiões, vivem em habitats desérticos e têm adaptações que os protegem da perda de água;








O escorpião é um animal bem adaptado a ambientes muito secos. O seu revestimento, epiderme com carapaça de quitina, evita perdas de água.




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Deixo-te, para terminar, cenas da vida no deserto. Os protagonistas são um lagarto e uma víbora. Estes animais estão adaptados a viver em ambientes secos e quentes porque os seus revestimentos, pele com escamas epidérmicas, impedem a perda de água dos seus corpos para o meio exterior. Observa com especial atenção a técnica de caça usada pela víbora. Ela enterra-se na areia e abana a ponta da cauda para atrair o lagarto o qual acha que aquilo é um animal apetitoso. Como é que acaba a história? Vais ter que descobrir por ti...


Influência dos fatores abióticos nos animais

A imagem seguinte representa a distribuição de algumas espécies animais pelo planeta. Clica na imagem para a veres maior. Regressa, depois, de novo ao blogue.




Olhando para o mapa facilmente nos apercebemos de que as espécies não se distribuem de uma forma igual por todo o planeta. Vês, por exemplo, baleias representadas no oceano, mas não no interior dos continentes. Da mesma forma observas pinguins no Pólo Sul mas não os encontras nos desertos do Norte de África. Por que será?

Uma das principais razões está relacionada com a quantidade de água, de luz, e com a temperatura que, como sabes, variam de local para local do planeta.
ÁGUA, LUZ e TEMPERATURA são, portanto, os FATORES ABIÓTICOS que mais influenciam os animais.

Desenvolvimento direto e indireto

Sai ao pai ou à mãe?







Discussões destas não existem no mundo dos animais irracionais. No entanto, caso acontecessem, com certeza esta mãe ursa ficaria toda vaidosa com o seu belo pequenote tão parecido com ela...

Mas, será que esta rela poderia dizer o mesmo do seu filhote?



Impossível! Não há nenhuma parecença.


Esta brincadeira serve para ilustrar dois tipos diferentes de desenvolvimento no reino dos animais após o nascimento de novos seres:

a) Desenvolvimento direto - os filhos nascem semelhantes aos pais, embora com um tamanho menor. É o caso dos mamíferos, como o urso-polar ilustrado na imagem anterior, das aves e de muitos outros animais teus conhecidos.

b) Desenvolvimento indireto - os filhos nascem com formas diferentes das dos seus pais. Ao longo da vida vão sofrendo transformações - METAMORFOSES - até chegarem à forma adulta.
Têm desenvolvimento indireto animais como a rã, a rela, o sapo, a libélula ou as borboletas.



O vídeo seguinte demonstra as metamorfoses de uma borboleta, um segredo fantástico que te é aqui revelado...

Testa os teus conhecimentos...



Chegou a hora dos exercícios...

Teste 1
Teste 2
Teste 3 (Atenção! Neste jogo há um erro: a salamandra aparece como ovíparo, na verdade é ovovivíparo!)

Comportamento dos animais na época da reprodução

Casal de pavões
A época de reprodução é a altura do ano em que os animais acasalam. Mas para acasalarem têm que se encontrar e reconhecer como macho e fêmea da mesma espécie. Como podes imaginar os animais não usam telemóveis, nem facebook...
Como fazem então para comunicar entre si?


Dependendo das espécies, os animais usam diferentes sinais que podem ser...
Sinais sonoros (Ex: sapo, o cuco, o melro-preto)
Sinais olfativos ( Ex: insetos, a maioria dos mamíferos)
Sinais visuais ( Ex: pavão, avestruz, cegonha)

Depois de se encontrarem, existe por vezes a oferta de presentes, bailados, carícias e combates entre machos rivais. A todo este conjunto de comportamentos que ocorrem antes, durante e após o acasalamento, chamamos Paradas Nupciais.

Os próximos vídeos ilustram diferentes comportamentos de espécies animais na época da reprodução:

a) Canto do pisco-de-peito-ruivo aqui

b) Acasalamento de aranhas-de-jardim. Repara que nesta espécie há um dimorfismo sexual muito acentuado. O macho é muito pequenote em relação à fêmea, têm que ter o máximo cuidado para não se tornar a sua refeição! Aqui

c) Parada nupcial do Albatroz. O vídeo é falado em inglês, não faz mal. Concentra-te nas imagens. Aqui

d) Parada nupcial de algumas das espécies de aves-do-paraíso. Fantástico o que os machos têm que fazer para conquistar as fêmeas! Aqui e aqui .

Dimorfismo sexual

As duas imagens seguintes representam respetivamente um casal de leões e um casal de guinchos-comuns (ave marinha vulgar em Portugal). Observa-as com atenção:




Será fácil distinguir nas imagens os machos das fêmeas? A resposta é SIM, no caso dos leões, e NÃO no caso das aves. Leão e leoa identificam-se imediatamente pela presença ou ausência de juba. Quanto aos guinchos comuns... não existem diferenças!
Dizemos que existe DIMORFISMO SEXUAL numa espécie quando conseguimos distinguir o macho da fêmea pelo seu aspeto.
Repara: a palavra dimorfismo significa duas formas (di + morfismo) (duas + formas) uma para o macho e outra diferente para a fêmea.
Daqui podemos concluir que nos leões existe dimorfismo sexual mas nos guinchos já não existe!

Desenvolvimento embrionário

Vimos já que da fecundação (união de um espermatozoide com um óvulo) resulta um ovo, ou seja, o início da formação de um ser vivo. À fase inicial de desenvolvimento do novo ser vivo chamamos embrião.

Dependendo das espécies, o embrião pode desenvolver-se dentro ou fora do corpo materno. Então é assim...

VIVÍPAROS - são os animais cujos embriões se desenvolvem dentro do corpo materno e são alimentados à custa de uma parte dos alimentos consumidos pela própria mãe através do cordão umbilical.Quase todos os mamíferos são animais vivíparos. Nestes animais os filhos nascem diretamente das mães quando estão já suficientemente desenvolvidos.


Gata grávida prestes a ser mãe



No vídeo seguinte podes observar uma cadela a dar à luz os seus filhotes. Ora vê:



OVÍPAROS - animais cujo embrião se desenvolve fora do corpo da mãe e se alimenta de substâncias nutritivas existentes dentro do ovo (o qual é protegido por uma casca).
As aves, a maioria dos peixes, as rãs e os sapos, são exemplos de animais ovíparos. Também muitas serpentes são ovíparas, elas põem ovos em vez de dar à luz as suas crias. É precisamente isto que podes ver de seguida:



Além dos VIVÍPAROS e dos OVÍPAROS existem ainda os animais OVOVIVÍPAROS. Nestes, como na víbora ou nas salamandras, os embriões desenvolvem-se dentro do corpo das mães (como no caso dos animais vivíparos) e alimentam-se de substâncias contidas no ovo (como nos ovíparos).

Fecundação

Muito bem, sabemos que na reprodução sexuada é necessário que ocorra o acasalamento entre um macho e uma fêmea da mesma espécie. Mas como é que se formam os filhos?
Para que isso aconteça é necessário que um espermatozoide (célula sexual masculina) e um óvulo (célula sexual feminina) se unam para darem origem a um ovo (zigoto). Este, vai-se desenvolvendo, transformando-se num embrião, e mais tarde no novo ser!


Espermatozoides aproximando-se de um óvulo



Portanto, toma nota:

A união de um espermatozoide com um óvulo chama-se FECUNDAÇÃO. Esta dá origem a um ovo (zigoto) o qual mais tarde transformar-se-á no novo ser.
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A fecundação pode ser...
- Interna, se o espermatozoide e o óvulo se encontram dentro do corpo da fêmea;
- Externa, caso o espermatozoide e o óvulo originem um ovo no exterior (fora) do corpo da fêmea.

Vejamos agora exemplos ilustrativos:

Fecundação interna:

Enquanto os gatos acasalam, o macho introduz os espermatozoides no corpo da fêmea. É dentro do seu corpo que um dos espermatozoides se vai unir a um óvulo.


Fecundação externa:
Nesta imagem observamos dois ouriços-do-mar a acasalar. O macho liberta espermatozoides para a água ao mesmo tempo que a fêmea liberta os seus óvulos. A fecundação acontece na água (fora do corpo da fêmea).

Reprodução dos animais

Já pensaste o que aconteceria se, por qualquer razão, os seres vivos deixassem de se reproduzir?
A resposta é simples: acabava a vida no planeta!

Pois bem, é sobre este assunto que vamos falar nos próximos tempos: os mecanismos da reprodução ao nível dos animais os quais permitem que estes originem novos seres semelhantes a si próprios assegurando-se deste modo a continuação da vida na Terra.


Raposa amamentando os seus filhotes


Há dois tipos de reprodução:

a) Assexuada (não sexuada) - Um único ser vivo dá origem a novos seres vivos. Neste processo não ocorrem acasalamentos.

Queres ver um exemplo de uma hidra a reproduzir-se assexuadamente? Então entra aqui (no final, clica na seta no canto superior esquerdo do teu ecrã para voltares ao blogue).

b) Sexuada - Para se formarem novos seres, os filhos, é necessário que ocorra o acasalamento entre um macho e uma fêmea da mesma espécie.

Observa agora aqui o acasalamento entre duas borboletas (depois regressa ao blogue).